Se no início o death metal era um movimento de contracultura em oposição a segmentos mais acessíveis do próprio heavy metal, hoje podemos dizer que o estilo desenvolveu-se muito enquanto expressão artística. Suas mais variadas nuances dão vazão a sentimentos múltiplos inerentes ao homem moderno.
Disse o poeta : o death metal é a aquarela em preto e branco mais completa para transformar em arte todos os “predicados” da sociedade contemporânea: medo, terror, guerra, corrupção, desigualdade, fome, indiferença, niilismo, doença, destruição e morte.
Embora a ortodoxia prevaleça entre a maioria das bandas brasileiras de death metal, o PSYCHOTIC EYES surge como um personagem antagônico a todo e qualquer padrão e fórmula pré-estabelecida para esse segmento musical.
O PSYCHOTIC EYES não é uma banda comum de death metal. Sua música é uma experiência profunda que se desenvolve a partir de diferentes referências musicais. A complexidade do rock progressivo , a técnica do jazz, o ritmo da música brasileira, todos esses elementos se juntam num caldeirão death/thrash metal.
Formada em 1999, o PSYCHOTIC EYES lançou duas demos que fizeram a cabeça dos críticos da época – desde seu início o grupo demonstrava personalidade e muita ansiedade criativa.
As mudanças na formação foram inevitáveis no inicio de carreira, até que o grupo consolidou-se com Dimitri Brandi (vocal/guitarra),

Quatro anos se passaram desde então, período esse que a banda dividiu entre algumas apresentações ao
Considerado pelos próprios músicos como “
A formação mais uma vez mudou. Os membros originais
O flerte com a literatura, outra característica da banda, marca presença na faixa de abertura. “Throwing Into Chaos” tem letra escrita por Adriano Villa, poeta responsável pelas letras do renomado projeto Hamlet. Em seguida vem “Welcome Fatality”, uma das mais brutais e técnicas composições já escritas pelo grupo, com destaque absoluto para as linhas
O disco segue com a melódica “Dying Grief”, em que o vocalista Dimitri narra os sentimentos que o afligiram quando da morte do pai. “Life” é a primeira surpresa do álbum, pois é quase uma balada, ou o mais próximo disso que uma banda death metal pode chegar. O tema de amor reflete sobre a dor e o vazio deixados pelo fim de um relacionamento.
A faixa título contrasta com a anterior, pelo seu início brutal e as linhas vocais quase depressivas, sob base alucinante. A letra faz o ouvinte refletir sobre as decisões irreversíveis e o eterno dilema da importância da aparência física. “The Humachine” inicia com um tétrico diálogo entre homem e máquina, criador e criatura. Marca a participação do professor, artista multimídia e pesquisador Edgar Franco, que adicionou diálogos pós-humanos à faixa, uma das mais complexas do álbum, baseada em livro do escritor americano David Gerrold.
O disco fecha com “The Girl”, um épico que transita por todos os estilos do metal. A música é uma desconstrução do clássico de Chico Buarque, “Geni e o Zepelim”. A banda surpreende pela ousadia nessa versão que, embora conte a mesma história, nada manteve da original.
Depois de encerradas as gravações, a banda recebeu seu novo baixista Douglas Gatuso, músico experiente, também membro do Side Effectz (death/grind).
Com essa formação, o agora trio fez o show de lançamento de I Only Smile Behind The Mask em Maio de 2011 no Carioca Clube em São Paulo ao lado do Korzus e Torture Squad.
Vanguardista em todos os sentidos, I Only Smile Behind The Mask foi lançado apenas virtualmente até o momento. O álbum está disponível para venda digital nas principais web-stores do mundo como iTunes e Amazon, ao mesmo tempo em que pode ser baixado integralmente e gratuitamente através do site e redes sociais da banda na internet. Para o PSYCHOTIC EYES, arte não tem fronteiras, muito menos econômicas. Fica ao fã a decisão de pagar ou não pela música.