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Tom Hess e dicas sobre como construir solos

Posted by Dimitri Brandi On 2 comentários

Enquanto eu trabalhava nos solos do novo álbum, encontrei esse vídeo:



O nome do careca é Tom Hess, e não sei se ele toca em alguma banda. Mas o vídeo me inspirou muito na composição dos solos.

Para este álbum eu resolvi trabalhar os solos da seguinte maneira: primeiro eu imaginei o solo na minha cabeça, sem tocar nenhuma nota nem imaginar escalas ou acordes. Aí eu pensava qual guitarrista tocava naquele estilo e ficava ouvindo o cara à exaustão. Fiz isso com Dimebag, Randy Rhoads, Neal Schon e Kirk Hammet. Não sei porque, foram esses os que apareceram, poderiam ser outros. Ouvi demais também o Live After Death do Iron Maiden, até por sugestão do Alexandre, e por ser um dos meus álbums preferidos de todos os tempos, com uma coleção de solos inigualável.

Pois bem, voltando ao vídeo do carequinha: primeiro ele começa mostrando a diferença entre uma nota soando e a mesma nota com bends, vibratos, slide e ligados. Aí ele sugere que você use essas técnicas copiando o que um vocalista faria com aquelas notas, como se a frase estivesse sendo cantada, e não tocada.

Aí ele começa o solo em cima do dedilhado.

No meio do solo ele fala da mania de terminar solos na tônica. Diz para fugir disso, e explorar as terças e nonas. A nona geralemente puxa para a tônica, mas ele mostra uma frase em que toca a nona, segura, e depois toca a terça, o que surpreende, pois você espera a tônica, então fica uma sensação de que está faltando alguma coisa.

Aí ele fala da manha de colocar vibratos em bends, deixando as notas mais dramáticas. Primeiro faça o bend e depois toque de novo com vibrato, ao invés de tocar com vibrato desde o começo do bend. Mas ele alerta para o cuidado de escolher bem a nota, pois o vibrato tende a transformar a nota em sustenido.

Depois ele começa a falar da função da teoria musical. Não são regras para serem cumpridas, são descrições: se você fizer isso, quem está ouvindo vai sentir aquilo. E você deve trabalhar com isso, pensar em acordes, escalas e intervalos como "coisas que provocam alguma sensação no ouvinte". A teoria é para explicar, organizar e ajudar a analisar, não para amarrar.

Por fim, ele diz a frase que para mim resume tudo: a função do solo é prender a atenção do ouvinte quando o vocalista não está cantando. Isso, simples assim. Não é para mostrar o tanto que você toca, coisa que ninguém quer saber.


2 comentários:

Ripp disse...

Legal esse lance Dimi. Texto bem escrito pra variar.

Dimitri Brandi disse...

Valeu Ripp!