Veteranos Korzus e Torture Squad juntos no Carioca Club/SP
Domingo, 22 de maio de 2011
KORZUS E TORTURE SQUAD
Carioca Club, SP/SP (22/05/2011)
Texto por João Gobo e fotos por Aivan Moura
Apesar de reconhecido internacionalmente, berço de nomes seminais e influências incontestáveis, o metal
nacional vive um dos piores momentos de sua existência. Já se vão mais
de trinta anos e é triste constatar tamanho descaso. Quais os principais
fatores? Inúmeros! Não existe união entre as partes envolvidas,
pré-requisito fundamental para qualquer movimento cultural. Dizer que
existe preconceito, falta de apoio, é apenas meia verdade,
principalmente se levarmos em consideração outros movimentos muito bem
alicerçados que perduram até hoje. Falta apoio da mídia? Além de ser um
dos únicos pólos culturais que tem suas próprias publicações nesse país,
hoje em dia contamos com o advento da internet, que supre muito dessa
necessidade.
Enquanto o heavy metal brasileiro for elitista e segregar outra banda simplesmente porque não pertence ao mesmo segmento do estilo, nada mudará...
Recentemente
foi publicada uma reportagem no jornal O Diário de São Paulo sobre a
situação da cena paulista, em que ficou evidente o descaso pelo
underground. Felizmente existem aqueles que não se importam com as
dificuldades e lutam arduamente, dia após dia, por melhorias. Um exemplo
foi esse show conjunto entre dois grupos veteranos: Korzus e Torture
Squad.
A
abertura da noite ficou a cargo das bandas Psychotic Eyes e Machinage,
que ficaram espremidas na frente do palco, devido aos equipamentos das
atrações principais, mas mostraram muita garra e determinação,
esquentando bem o público presente.
Pouco antes do início da apresentação do Torture, um telão exibiu em primeira mão o novo clipe, Holiday In Abu Ghraib. Na sequência começou a pancadaria propriamente dita com Generation Dead, Raise Your Horns, Livin For The Kill e a já citada Holiday In Abu Ghraib.
A precisão nas execuções é o ponto alto dos músicos e o novo
guitarrista André Evaristo mostrou ser a escolha perfeita para o cargo. Horror And Torture, Mad Illusions, Storms, Abduction Was The Case, Black Sun e Pandemonium agitaram bastante a galera que encheu (não lotou) a casa. O set terminou com as “pedradas” Chaos Corporation, Convulsion e The Unholy Spell.
Aproveitando
a boa fase, o Korzus, lendário grupo de thrash metal brasileiro e um
dos únicos a permanecer na ativa por longos anos, mostrou a que veio. Um
set bastante pesado, alternando antigos clássicos com material mais
recente que realmente fez a cabeça dos fãs que agitaram muito. Guilty Silence, Discipline Of Hate, Truth, Respect, Revolution e Raise Your Soul deram mostras que a noite prometia. A satisfação por estarem ali celebrando junto aos fãs era nítida. O vocalista Pompeu comandou a agitação como poucos! Screaming For Death, What Are You Looking For, 2012, Correria, Who’s Going To Be The Next e Punisher continuaram o massacre.
Agony,
provavelmente uma das músicas mais clássicas da banda, precedeu a
primeira surpresa da noite, que foi a participação do ex-guitarrista
Silvio Golfetti em Victim Of Progress. Um momento histórico. Após o medley The World/Pay For Your Lies/Lostman, outro momento digno de nota foi a participação do também ex-guitarrista Marcelo “Soldado” Nejen em Sadness. O músico aproveitou a oportunidade para se desculpar pelos erros do passado que resultaram na sua saída. Finalizando, vieram Internally, Catimba, Guerreiros do Metal (essa sim, verdadeiro hino) e Never Die.
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